PEDRO BIGARDI –Todo início é de organização. Mas a gente conseguiu ir um pouco além com um conceito novo de governo. Nossa administração está mais aberta e isso tem dado muito certo, sentimos esse retorno com os próprios servidores e isso se estende para a população como um todo. O primeiro ponto é esse. E houve, ainda, uma mudança visível no controle dos recursos públicos. Redução de horas extras, corte de alguns imóveis alugados, maior controle de materiais, economia de combustível. São ações que parecem pequenas, mas essenciais e tenho insistido muito nisso com a equipe. Outro aspecto importante, que surpreendeu, foi a realização de algumas obras bastante significativas, com resultados positivos. No setor de saúde, a principal foi a inauguração do novo PA Central do Hospital São Vicente, fácil de ser executada e que melhorou muito o serviço.
O PA Central foi a principal ação do governo até agora?
PEDRO BIGARDI - Foi a ação de maior impacto. Foi uma ideia de rápida execução, em curto espaço de tempo. Compramos tudo novo, mobiliário, equipamentos, cobertores. O foco está na qualidade e a proposta nessa área da saúde é de investir na humanização do atendimento. Essa será a grande mudança dos serviços. Nas UBSs (Unidade Básica de Saúde), ampliamos o horário de atendimento, contratamos mais médicos e outros ainda devem ser chamados. O secretário Cláudio Miranda (de Saúde) já visitou quase todas as unidades, devem faltar somente quatro. Queremos reformular o sistema de saúde e, para isso, precisamos investir em melhorias de infraestrutura. Só com melhores equipamentos e em ambientes adequados para o atendimento a equipe de profissionais envolvidos poderá conseguir priorizar a humanização.
Caso do Pastor contratado
Nesse setor da Saúde, recentemente houve polêmica na cidade envolvendo a contratação de um pastor para dar atendimento espiritual no Hospital São Vicente de Paulo. E o desfecho foi sua atitude de exonerar esse servidor. Foi o principal fato negativo em 100 dias?
PEDRO BIGARDI - Foi o primeiro problema e solucionamos de forma rápida. Eu optei pela exoneração do pastor, que eu conheço e admiro, para que a implantação do serviço de capelania não seja prejudicada. É uma coisa que ainda queremos e vamos fazer. Já existe em outros lugares, como na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e os representantes de diversas religiões são remunerados. Queremos organizar um serviço que já ocorre nos corredores do hospital e faz parte da humanização do atendimento.
Talvez a falha tenha sido não divulgar a ideia da implantação do serviço de capelania de forma antecipada para a população?
PEDRO BIGARDI - Pode ser. Isso chegou a ser feito, mas talvez tenha faltado um diálogo maior. A proposta é muito boa e vamos voltar a estudar como será feito isso.
Qual o maior desafio nesse começo de governo?
PEDRO BIGARDI - Estamos fazendo muitas coisas, mas o desafio mesmo foi a conservação da cidade. O contrato de cuidado com as áreas públicas é ruim e houve um atraso porque alguns serviços ficaram parados no fim do ano passado, depois das eleições. A gente teve que correr atrás para organizar isso e é algo que considero essencial. Tivemos muitos problemas com a coleta de lixo também. São coisas que tivemos que correr atrás e estamos cuidando das praças, investindo em sinalização horizontal nas vias, fazendo limpeza de rios. Tivemos ações pontuais como mutirões de limpeza em bairros como São Camilo e Jardim Tamoio para evitar catástrofes naturais por causa das chuvas. Isso ocorreu em parceria com a Defesa Civil e foi muito positivo.
A atuação da Guarda Municipal gerou alguns questionamentos e críticas. Quais os projetos para essa área?
PEDRO BIGARDI - Essa questão é muito séria. Houve questionamento sobre a ausência da GM nas ruas. Mas nossos números comprovam o contrário. Até março foram feitas mais rondas, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2012, assim c=omo de abordagens, com aumento de 13%. O efetivo é baixo, queremos contratar pelo menos 50 novos guardas até o fim do ano e é preciso considerar que priorizamos a atuação na frente das escolas, onde há problemas com tráfico de drogas. A guarda está mais presente nas ruas do que antes. Tenho convicção total disso.
Como está a elaboração do programa de metas?
PEDRO BIGARDI - Fizemos o planejamento estratégico e na próxima sexta-feira haverá uma reunião com todas as secretarias para finalizar isso. O plano deve ser apresentado semana que vem e contará com 140 ações, sendo 24 projetos de maior complexidade. Entre esses projetos estão a construção do novo hospital, o centro de treinamento de atletas, questões de mobilidade. Mas todos tem a ver com o plano de governo. O único que acrescentamos foi um projeto que surgiu em discussão com a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) e a ACE (Associação Comercial de Jundiaí) sobre criar uma incubadora voltada ao setor comercial, como já ocorre com a indústria, que será o 25º.
O prefeito citou a construção de um novo hospital público entre essas grandes ações. Em que processo está?
PEDRO BIGARDI - Já temos a área onde ele será construído definida. Ainda não é possível divulgar porque está sendo feito um projeto de saúde para definir exatamente como será o funcionamento. Num primeiro momento, a área que temos para isso parece ser adequada.
E a criação das novas secretarias de Meio Ambiente, Esportes e Segurança?
PEDRO BIGARDI - Vamos criar em um momento político mais adequado. Esse tipo de assunto gera polêmica e optamos por não investir nisso agora, temos outras prioridades. Por enquanto, apostamos nas coordenadorias, como de mulher, deficientes, bem-estar animal, idoso, igualdade racial e defesa civil.
Há alguma ação importante para concluir ainda em 2013?
PEDRO BIGARDI - A UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Almerinda Chaves deve ficar pronta até o fim do ano. Se houver algum imprevisto, no máximo, começo do ano que vem. É a prioridade, mas não sei se consigo. Outro objetivo é conseguir avançar em relação às melhorias no trevo da avenida Jundiaí. Fui na AutoBAn, conheci um estudo que eles têm a respeito e quero apresentar ao Governo do Estado alguma alternativa para que a prefeitura possa investir junto nisso. Já quero brigar por essa obra e pela alça de acesso ligando a nova rodoviária à Anhanguera no sentido Capital. Mas o trevo é prioridade.
O que te incomoda em Jundiaí?
PEDRO BIGARDI - A situação do Centro me incomoda muito. No final da tarde, quando os comerciantes colocam o lixo nas ruas, aquilo fica horrível. Queremos resgatar o Centro, melhorar a segurança, a limpeza, investir nas praças, que estão abandonadas, investir no restauro e preservação de espaços públicos e promover atividades para atrair a população para essa região tão importante.
Os 24 projetos prioritários
1- Programa Permanente de Conservação e Qualificação Urbana
2- Construção do Hospital das Clínicas de Jundiaí
3- Construção de quatro Unidades de Pronto Atendimento
4- Transposição da Rodovia Anhanguera - Acesso Avenida Jundiaí
5- Reestruturação e Urbanização do Jardim São Camilo
6- Implantação de quatro Bases Avançadas da Guarda Municipal de Jundiaí
7- Implantação de sete creches – locais a serem definidos
8- Regularização da Titularidade a Propriedade de Imóveis
9- Projeto Serra do Japi - Criação da Fundação Serra do Japi; Criação do Centro Ambiental; Visitação Monitorada
10- Implantação do Bilhete Único
11- Implantação do Programa Cidade Digital Banda Larga nos bairros distantes
12- Festas Populares Tradicionais
13- Criação do Complexo Cultural Fepasa
14- Construção de Arena Multiuso para realização de desfiles cívicos e Carnaval,
entre outros
15- Centro de Iniciação ao Esporte
16- Construção de duas Praças da Juventude
17-Prolongamento da avenida União dos Ferroviários até Várzea Paulista
18- Construção de 30 quilômetros de BRT
(Bus Rapid Transit)
19- Construção de 30 quilômetros de Ciclovias
20-Criação do Polo Turístico Rural
21- Criação do Polo Tecnológico
22-Implantação de Política de Resíduos Sólidos
23-Realização de gestão visando à implantação de Terminal Multimodal
24- Realização de gestão visando à Implantação da Universidade Pública de Jundiaí
Fonte: Jornal Bom dia
Jornalista Michele Stella
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