*Artigo de Marcio Ferrazzo
Menos pelo conteúdo que o atual prefeito Miguel Haddad disse recentemente em entrevista no Jornal de Jundiaí e mais pelo tom, o recado está transmitido: ele permanece no jogo e não deixará as pessoas esquecerem a contribuição que deu para a cidade até aqui – não muda de partido porque ele tem o DNA da mensagem a ser trabalhada.
Se a população resolveu exercer a saudável alternância de poder, não quer dizer que não credite ao longo e bem sucedido projeto político tucano, boa parte – se não a totalidade – dos méritos pelo sentimento de orgulho da cidade. O desafio de manter e transformar essa percepção será do tamanho da expectativa que o prefeito eleito, Pedro Bigardi, gerou na campanha eleitoral.
O orgulho de ser jundiaiense sempre foi o principal mote do PSDB para pregar o certo contra o duvidoso. Construiu isso com muita habilidade e só chegou ao segundo turno nesta eleição pela solidez desse alicerce – mesmo diante dos inúmeros errosna campanha, do desconhecimento do nome de seu candidato, Luiz Fernando Machado,perante os eleitores e do extremo desgaste natural pelos mais de 20 anos de poder.
Curioso o fato de que o slogan da campanha vitoriosa, “Confiança para Renovar”, poderia naturalmente ser utilizado por Machado. A própria frase reconhece o legado e propõe à cidade que, simplesmente, renove. Comum ouvir de muitos eleitores que não importava o motivo, mudar era preciso.
Derrotado quatro vezes na tentativa de chegar à chefia do Executivo, o prefeito do PCdoB terá agora que arcar com o ônus de governar uma cidade que não se contenta com pouco e construir na prática a imagem de bom gestor, conseguindo aliar o apetite naturalmente voraz de partidos há tantos anos na espreita com sua promessa de cortar significativamente os cargos em comissão e privilegiar nomes técnicos,por exemplo.
Cada nomeação de um secretário inexperiente ou reconhecido pela opinião pública como mera acomodação política poderá no caso de uma eventual crise do futuro governo, servir de munição para ser acusado de incompetente e fraco politicamente, o contraponto ideal para abastecer o grupo liderado por Haddad.
Bigardi não terá elementos para seguir os passos do ex-presidente Lula e demonizar seu antecessor. Mesmo com a grande contribuição dada ao país, Fernando Henrique Cardoso entregou o governo num período de crise econômica e, apesar dos significativos avanços institucionais, com uma das maiores desigualdades sociais do planeta.
Estratégia diversa foi usada por Bigardi em recente artigo publicado no Jornal Bom Dia Jundiaí, assinado em conjunto com sua futura secretária de Planejamento, Daniela Câmara, onde buscou ligar a paternidade do sucesso de Jundiaí a razões como a privilegiada localização geográfica e importantes períodos históricos, de certa forma buscando desconstruir a imagem projetada pelo PSDB.
Para desmontar a armadilha colocada adiante, o grupo político do futuro governo precisa ir além desse frágil discurso e materializar perante os olhos da população o porquê sua vitória foi necessária.Mesmo se conseguir manter o padrão administrativo, terá que mudar claramente práticas políticas e ser reconhecido por isso.
Márcio Ferrazzo é estudante e empresário, foi assessor especial da Juventude, presidente dos Novos Tucanos de Jundiaí e secretário estadual de Jovens Candidaturas do PSDB. Desde janeiro de 2012, se desligou do partido e da prefeitura.
Ótimo artigo do Márcio, foi muito inteligente na parte em que fala que Jundiaí não se contenta com pouco (mesmo o Psdb fazendo muito e além do que outras cidades ), e está corretissimo onde prega que o Luis Fernando devia se ultilizar com o slogan de renovação embora fosse dar continuação ao ótimo trabalho do Haddad! O povo não quer saber se vai dar continuidade ou que uma cidade nunca está pronta e sempre se terá algo para fazer!( o que embora seja a pura verdade). Acho que está foi uma das maiores falhas do Fernando! O que o pessoal quer, é que o candidato resolva todos os problemas da cidade e não importa se ele estiver blefando ou não, assim como fez Cláudio Miranda e BA, prometendo absurdos como onibús gratuíto para a população, todo mundo sabe que isso nunca sairia do papel! Isso não só em jundiaí mais em qualquer lugar do mundo. Acham que aqui é Dubai! Assim como as escrituras que o Bigardi prometeu e tenho certeza absoluta que não seram entreguesno seu mandato! Outro absurdo É substituir o Ganha tempo daqui de Jundiaí pelo bilhete único, o projeto é identico não vai mudar nada só vai mudar o nome e a população terá o mesmo serviço rodoviario e com o mesmo tempo de hoje!Parabéns Marcio Ferrazo!
ResponderExcluirMuito chororô e pouca vontade de abrir os olhos e perceber que Jundiaí vai além da bela iluminação da 9 de Julho. É desse tipo de pensamento que a cidade quer se livrar. Os tucanos afogam-se na própria soberba, e creditar a derrota nas eleições ao marketing da campanha é só um sinal de que ainda não conseguiram escapar do naufrágio que eles mesmos provocaram. Vão tarde.
ResponderExcluirpois é prometeram diminuir os cargos comissionados e já não o fizeram, estão colocando gente de preparada nos cargos da prefeitura não vamos esquecer que esse senhor bigardi participou das prefeituras de campinas e várzea paulista onde foi um fiasco!! tínhamos que renovar sim mas com qualidade!!
ResponderExcluirBigardi anunciou o corte de 105 cargos de comissão. Legal, né?
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