quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ex-Presidente do DAE explica o caso da possivel falta d'agua em Jundiaí

Segundo matéria do jornal, podemos ter apenas 25 dias de agua
Água em Jundiaí

Por: Ademir Pedro Victor – diretor-presidente da DAE de 2001 a 2004

Jundiaí é abastecida de água tratada, cuja captação se dá no seu principal manancial: o rio Jundiaí Mirim. Em média, a população da cidade consome 1300 litros de água por segundo. O rio Jundiaí Mirim, durante a estiagem, produz cerca de 300 litros por segundo. MAS POR QUE ENTÃO NUNCA FALTOU ÁGUA EM JUNDIAÍ?

Primeiro, porque a DAE construiu uma represa com o objetivo de regularizar a vazão do rio Jundiaí Mirim, em 1996. Além disso, em 2012, teve o cuidado de duplicar a capacidade de reservação: de 5 bilhões de litros para 12,5 bilhões de litros. Mais que o dobro!

Além disso, para que isso funcione como projetado, a DAE sempre trabalhou em cima de dois pontos: 1. toda e qualquer água de chuva que ocorra durante o ano deve ser reservada e 2. É PRECISO FAZER O BOMBEAMENTO DO RIO ATIBAIA (conforme outorga concedida pelo Estado para atender o abastecimento da cidade).

NÃO CONSEGUIRÍAMOS SOBREVIVER SEM A COMPLEMENTAÇÃO DO RIO ATIBAIA. O número de meses em que se deve ligar as bombas depende muito do regime de chuva. Por isso, é preciso, sempre, ficar atento ao nível da represa, à previsão meteorológica e às médias de chuvas mensais, em um estreito relacionamento com o Comitê de Bacias e com a Sabesp, que monitora o Sistema Cantareira.

FOI ASSIM QUE JUNDIAÍ FOI RECONHECIDA, PELA ONG TRATA BRASIL, COMO A MELHOR CIDADE EM SANEAMENTO BÁSICO (ÁGUA E ESGOTO) DO PAÍS.

Muito se fala sobre o governo do PSDB ter garantido água para Jundiaí por várias décadas. Mas como entender esta conta?

A afirmação de que dispomos de capacidade hídrica para atender Jundiaí por várias décadas não é mero jogo de palavras ou achismo. É resultado de dados estatísticos e cálculos matemáticos.

Mantidas as taxas atuais de crescimento populacional, Jundiaí terá, em 2050, 680.000 habitantes.

Hoje, a disponibilidade hídrica máxima de que dispomos é de 2650 litros por segundo.

Ou seja: se hoje, com 370.000 habitantes, consumimos 1300 litros por segundo, em 2050, mantidas as características de consumo, chegaremos a 2399 litros por segundo. 

ASSIM, PODEMOS DIZER QUE HÁ CONDIÇÕES DE TER ÁGUA PARA AS PRÓXIMAS DÉCADAS, MANTENDO-SE A QUALIDADE DE VIDA, DESDE QUE TENHAMOS COMPETÊNCIA PARA OPERAR AS ESTRUTURAS QUE CONSEGUIMOS CONSTRUIR.

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