terça-feira, 18 de setembro de 2012

Jundiaí enfrenta problemas sérios, dizem. Mas quais problemas?

Jundiaí enfrenta problemas sérios, dizem. Mas quais problemas? Olhando de perto o cotidiano da cidade, não chega a ser surpresa notar que são os integrantes dos grupos de oposição quem mais alimentam essa tese. E nem poderia ser diferente.

Para justificar essa teoria, tais grupos apontam com alguma frequência sua listinha: desenvolvimento desordenado e a falta de investimentos em infraestrutura. O curioso, entretanto, é que Jundiaí está relacionada entre as que mais se desenvolveram nos últimos 20 anos exatamente pelos investimentos em… infraestrutura.

Vamos falar sério. O Brasil é um país que apresenta os mais baixos índices de saneamento básico do mundo. Menos da metade dos domicílios brasileiros contam com coleta de esgoto e apenas 36% do esgoto gerado nas cidades recebe algum tipo de tratamento. Cidades como Campinas e Santo André, tratam respectivamente 44,9% e 34,5% do seu esgoto coletado.

Praça da matriz
Jundiaí vem investindo em saneamento básico desde meados dos anos 80. Não é por acaso, portanto, que a cidade figure hoje em dia entre as melhores do país nesta área e ocupe a liderança no ranking de volume de esgoto tratado por água consumida.
A mesma coisa acontece com a Educação. Enquanto  várias cidades priorizavam a construção de escolas, Jundiaí priorizou a capacitação do professor e a melhoria de suas condições de trabalho. Ainda na década de 90 inaugurou o Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação, o que permitiu melhorar sensivelmente a qualidade não apenas de professores e diretores mas também de serventes e merendeiras.

Outro tema favorito é o crescimento desordenado. Olhem em volta. Jundiaí não é um caso isolado. O Brasil inteiro passa pelos efeitos do boom imobiliário dos últimos anos. Um conjunto de medidas adotadas pelo governo federal sacudiu com bastante força duas áreas sensíveis ao planejamento de qualquer cidade: os financiamentos facilitados para aquisição de imóveis e a redução de IPI para a compra de automóveis.

Considerando esse cenário, Jundiaí está se comportando muito bem. Nos últimos 10 anos, várias vias importantes foram alargadas ou duplicadas. O volume de obras viárias é visível, o que demonstra que a cidade se adapta rapidamente a essa nova situação.

Outro detalhe ignorado. Em 2004, na última revisão do Plano Diretor, optou-se por incentivar a ocupação dos chamados vazios urbanos. A ocupação dessas áreas permite controlar a expansão horizontal da cidade, impedindo por exemplo, a invasão do cinturão agrícola ou de áreas de proteção ambiental, além de garantir o aproveitamento da infraestrutura já instalada – redes de água, esgoto e ruas pavimentadas.

É lógico que nada disso torna Jundiaí a cidade perfeita. A cidade tem problemas, sim. O próprio movimento necessário com as constantes adaptações já é um problema em si. Porém, tamanho disparate acaba afastando qualquer possibilidade de se discutir a verdadeira cidade, aquela que se movimenta todos os dias, diante dos nossos olhos.

Jundiaí não é aquele monstro pintado pelos grupos políticos de oposição. Também não é um paraíso. É uma cidade real, com problemas reais e que merece respeito na hora de se discutir sobre o seu futuro.

Texto de Ronaldo Trentini - Jornalista Jundiaiense.
Retirado do site Oa Jundiaí.

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